DIÁLOGO PÚBLICO-PRIVADO – A COOPERAÇÃO TÉCNICA BRASILEIRA

No dia 22 de março, conduzi o Diálogo Público-Privado – A Cooperação Técnica Brasileira.  O evento, promovido pela Agência Brasileira de Cooperação (ABC) e pela Confederação das Associações e Empresariais do Brasil (CACB), aconteceu no Complexo Cultura Brasil 21. Além do público brasileiro, uma delegação alemã da Divisão Internacional do Centro de Formações de Profissionais das Associações da Baviera (BFZ) esteve presente para tratar sobre o assunto.

Confira a matéria produzida pela equipe de imprensa da CACB:

Expansão da cooperação internacional passa pela atuação do setor privado, diz diretor da ABC

Para o Ministro Marco Farani, da Agência Brasileira de Cooperação (ABC), a participação da sociedade e da iniciativa privada para maior inserção do país na cooperação técnica

A maior atuação do Brasil em cooperação técnica internacional precisa da participação mais intensa de novos atores, como a sociedade e a iniciativa privada. A opinião é o ministro Marco Farani, diretor da Agência Brasileira de Cooperação (ABC), entidade vinculada ao Ministério das Relações Exteriores. O ministro participou, nesta quinta-feira (22), do seminário Diálogo público-privado sobre a cooperação técnica brasileira, realizado em Brasília, pela ABC e pela Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasil (CACB).

“É muito importante que o setor privado esteja dialogando com o setor público. Isso fortalece a imagem do Brasil, do setor privado e é bom para os países beneficiados com cooperação”, analisa o diretor do ABC. Hoje, o Brasil tem 350 projetos de cooperação executados pelo governo que vão de US$ 50 mil a US$ 5 milhões, com o envolvimento de 75 instituições em áreas como saúde, agricultura, educação e esporte. Porém, para o ministro Farani ainda é pouco. “Precisamos expandir esse trabalho”, reforçou.

Ele acredita que, em pouco tempo, cooperação técnica vai ajudar a formatar a política externa brasileira. “A cooperação não pode ser mais algo subsidiário da política externa, vai ganhar uma identidade própria, como ocorreu com os países desenvolvidos”, acrescentou. O diretor da ABC ainda afirmou que o crescimento do país e fato de ter se tornado uma potência econômica vai implica em maior responsabilidade no cenário internacional. “Não vejo melhor forma de o Brasil se posicionar do que com cooperação técnica, transferir seus conhecimentos de forma solidária, sem decidir o que é melhor outros países. O Brasil tem muito a oferecer.”, completou.

O vice-presidente da CACB, Sérgio Papini, compartilha de visão da importância da atuação conjunta entre os setores público e privado. “Tenho certeza que cooperação vai crescer muito e queremos aprofundar esse relacionamento para que o nosso trabalho seja focado e aliado ao governo brasileiro”, disse Papini que representou o presidente da entidade, José Paulo Cairoli, na abertura do seminário. O vice-presidente citou que a CACB é a entidade empresarial mais antiga do país, com 200 anos de história e atua com cooperação técnica há mais de 20 anos voltado para o incentivo ao empreendedorismo e  associativismo em países da África e América Latina, como África do Sul, México, Peru e Guatemala.

Para o coordenador da Divisão Internacional do Centro de Formação de Profissionais das Associações Empresariais da Baviera (BFZ), Martin Wahl, o perfil da cooperação internacional no mundo está mudando. “Vi durante cinco décadas a cooperação dominada por países industrializados. Com a entrada da China e uma filosofia de fortalecer o setor privado, além de uma dura crítica da cooperação internacional isso começou a mudar. O Brasil é uma potência e pode trilhar um novo caminho diferente dos países industrializados”, disse Wahl que criticou a grande dependência que criada pela cooperação de países ricos a governos de nações em desenvolvimento.

Saiba mais

O seminário Diálogo público-privado sobre a cooperação técnica brasileira segue até às 18h30, no Brasil 21 Cultural, em Brasília.  Além da abordagem conceitual da cooperação, o evento inclui na programação experiências bem sucedidas dos setores público e privado, como a Embrapa e Ministério do Meio Ambiente, Gerdau, Confederações e agência de cooperação internacional. Haverá ainda um momento para discussão do futuro da cooperação no Brasil.